NOTÍCIA É A VERSÃO QUE ESTÁ NAS ENTRELINHAS

terça-feira, 20 de agosto de 2013

QUARTA-FEIRA DE FUMAÇA NO STF

Barbosa e Lewandowski poderiam jogar um na cara do outro que ambos foram indicados pelo mesmo intimorato doutor honóris Lula.

Não, não é uma quarta-feira de cinzas. É mais uma quarta-feira de fumaça no ringue do Supremo Tribunal Federal. O presidente Barbosa e o vice Lewandowski já estão de mangas arregaçadas e sem luvas de pelica. Para desanuviar um pouco o clima, diga-se que o primeiro é de índole brabosa e o outro não lewa desaforo pra casa.

Esse embate é bom, porque ambos têm notável saber jurídico. Eles poderiam, para o bem do povo e felicidade geral da nação, se xingarem nos diversos idiomas em que vituperam fluentemente o português escorreito, pernóstico e prolixo dos espetáculos da judicatura.

Eles bem que deveriam atirar títulos e diplomas, um pra cima do outro. Seria uma honra para os brasileiros indignados assistirem a um duelo de currículos. Lamentando, é claro, a eventualidade de que matassem o tempo por completa sufocação.

Barbosa e Lewandowski poderiam jogar um na cara do outro que ambos foram indicados pelo mesmo intimorato doutor honóris Lula. Barbosa foi ungido em outubro de 2012, porque Lula precisava inaugurar a populista cota racial na mais alta corte de Justiça do País.

Lewandowski foi colocado por divina providência no Supremo em 2006, ano do estouro do mensalão, escândalo que poderia vitimar Lula com um fulminante impechment.

Isso atirado assim na cara de um e de outro seria um arma de alto grau de periculosidade. Se há algo que possa ofender e machucar alguém hoje nesse país, esse algo é espalhar que o cara foi indicado por Lula. Sei lá, a coisa logo fica parecendo um daqueles favores que transformam o simples funcionário de um jardim zoológico num gênio dos melhores negócios do mundo.

Com essas armas em riste, Barbosa e Lewandowski retomam nesta quarta-feira o confronto mais esperado da Praça dos Três Poderes. Que entre mortos e feridos nesse em/bate-boca que coloca o Supremo no banco dos réus, não se salve nenhum dos mensaleiros. Que Deus nos livre e guarde e que o diabo os carregue.

O desfecho mais justo para a República Federativa do Brasil seria que o belicismo dos doutos digladiantes dizimasse o vício republicano da indicação dos ministros para o STF que só seria composto, a partir de agora, mediante concurso público.

De nada adianta ter notável saber jurídico, se os "notáveis" que são indicados a dedo para julgar com poder supremo a tudo e a todos, devem também julgar os malfeitos daquele que os indicou, mesmo quando o malfeitor nem sequer tenha tantos dedos assim.