NOTÍCIA É A VERSÃO QUE ESTÁ NAS ENTRELINHAS

sexta-feira, 11 de julho de 2014

CAFÉ PEQUENO
E o chefe da máfia dos ingressos, Ray Whelan, escapou pelos fundos do Copacabana Palace e anda por aí soltinho da vida. Ah, isso é café pequeno, Delúbio, Dirceu e Costa Neto estão fora da Papuda também.

CADÊ VOCÊS?
Ei, alguém viu por aí nessa Copa a dupla Pelé e Maradona? Isso quer dizer mesmo o quê? O velho garoto-propaganda da Vitasay tomou Doril. Já, quanto ao sumiço de Maradona, a gente entende: imagine o que ele vai dizer se a Argentina for campeã sem ele, aqui no Maracanã do Brasil e com Lionel Messi que, se jogar o que sabe, vai ser o melhor da Copa.

TESOURINHAS DE BRASÍLIA

Neste sábado, o Maná Garrincha que custou quase dois bilhões de reais, encerra com chave de ouro o seu período de movimento em carga máxima. Depois vêm as vacas magras do Campeonato Candango, algumas partidas alugadas do Brasileirão e um show lá que outro de um superstar vermelho, que é tempo de eleição.

Aí, então, é só aguardar a "época das chuvas" que começam quando setembro vier. E o bonito é que, como não houve tempo nem preocupação do governo para tratar das obras de infra-estrutura, esgoto e saneamento básico, assim que começar a chover voltam os alagamentos sob os viadutos das "tesourinhas" características de Brasília.

E voltam com tudo: com acidentes de trânsito, afogamentos, surtos de leptospirose, eis que Brasília tem talvez a maior população de ratos e ratazanas do Brasil. E... de gatos também, exímios salteadores de obstáculos sociais.

Brasília é assim a Capital da Copa que já era, do Brasil Maravilha, bonito e rico nos slogans, carente e sujo na dura realidade dos governos que vem sofrendo.

SERVIÇO PÚBLICO PADRÃO FIFA

Um dia deixei a Faculdade de Direito para ser jornalista com voto de pobreza, viciado em liberdade de expressão. Hoje, mil anos depois, aposentado mas não inativo, ganho por mês, graças ao fator previdenciário, a quinta parte do que ganhava antes quando me aposentei com 10 salários mínimos.

Ainda assim fui chamado agora pela Receita para renovar meu CPF, já que o TCU achou o que chama de "inconsistência" nos meus cadastros de pessoa física e se ligou com o Leão.

Fui ao Ministério da Fazenda. Esperei, com a senha de "preferencial" na mão, duas horas para ser atendido. Pelo que dizem, o limite de espera de um brasileiro que goste de filas é de 15 minutos.

Recebido, afinal, por uma diligente funcionária, ela apenas me disse que eu não estava com um compulsório catatal de documentos, necessários para renovar a identificação legal de minha mulher, há oito anos falecida. Na verdade, eu tinha a maioria dos tais documentos; não tinha, no entanto, os originais de cada um. Asim é que valiam de nada.

De lá fui parar, por caridosa sugestão da manemolente servidora, na gloriosa Previdência Social, aos sobressaltos para garantir que não me bloqueiem os minguados menos de R$ 3 mil que ainda mereço pelos mais de 50 anos de serviços, pagando e não bufando impostos para os governos aos quais sobrevivi.

Aí foi fácil. Fui atendido, ao correr de quase três horas de peregrinação, por escadas, corredores, salas e saletas dentro do prédio do famoso organismo público, por nada menos de oito atarefadíssimos funcionários. Um me encaminhava para o outro, com extrema gentileza, preciso é que se diga.

Por fim, saí atendido, excepcionalmente atendido: tenho que recolher alguns documentos com mais de 30 anos de história, para poder provar que estou vivo, sou viúvo e mereço ganhar o que estou tirando do governo mês a mês.

Tenho cinco dias para isso. Urge que eu retorne à Receita que me fará o grande favor de reinventar um CPF de quem já nos deixou há oito anos. É que o TCU e a Previdência têm pressa.

O que me deixou de bofes virados e saco cheio nisso tudo é que me senti, nesse périplo surrealista, como se fosse um Lula, uma Dilma, ou FHC, Sarney, Zé Dirceu, Maluf, Alckmin, Delúbio, Zé Genoíno, criaturas que você nunca vai encontrar numa fila dessas.

Doce ilusão, árdua missão impossível, por que alguém encontraria esse bando numa fila se serviços públicos? Só se eles fossem gente como a gente. E então, em nome do hodierno Milagre Brasileiro, todos teríamos serviços públicos padrão Fifa.