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sábado, 1 de fevereiro de 2014

UM SAPATO PARA PELÉ

É bem como disse outro dia pelo Facebook, Afonso Morais, assessor parlamentar de Romário: "O Pelé jogou futebol demais". É verdade, a overdose de bola consagrou o internacional Pelé, mas desbolotou o brasileiro Edson Arantes do Nascimento. 

Agora, usando o título de Embaixador Honorário da Copa, querendo acomodar as melancias na carroça do governo Dilma diante do movimento "Não vai ter Copa", ele disse que "o futebol não tem nada a ver com corrupção dos políticos". Ah bom. E o embaixador ainda recomendou sem noção: "Deixem as manifestações para depois da Copa".

Afonso Morais disse que ele jogou bola demais. Acho que jogou mesmo. Já o deputado Romário que sempre foi do ramo e também fez, sabe-se lá como, mais de mil gols, tinha mil razões quando disse um dia que "Pelé, calado, é um poeta". E essa crítica foi consagrada com enorme simpatia e até com dose geral de concordância pelo poviléu que habita esse país do futebol. 

O Baixinho, no entanto é impossível e, certa feita, pouco antes de construir a poética frase sobre o Rei do Futebol, externou uma indagação que não ganhou a mesma popularidade daquela sobre o Pelé poeta, mas que tirei das páginas esportivas da época e guardei comigo para uma ocasião como esta: "Por que Pelé não bota um sapato na boca?". 

Cá pra nós, acho até que Romário pensou em "chuteira" naquele desabafo, mas pra mim, o sapato até que cai perfeitamente na boca de um embaixador honorário dessa tal Copa das Copas.

A AMAZÔNIA É LOGO ALI
Parece mentira, mas é verdade, o debate sobre a descriminalização da maconha está chegando ao Supremo Tribunal Federal. Os dois grandes argumentos para liberar a maconha são que ela é uma erva recreativa e tem propriedades medicinais. É deboche, num país como o Brasil que não faz outra coisa do que senão cair na gandaia, jogar futebol e brincar carnaval, alegar que maconha é recreativa, só pode ser deboche. Quanto às utilidades medicinais da maconha, o pessoal enlouqueceu. Enlouqueceu, ou não sabe que a a flora da floresta amazônica é a maior e mais variada do planeta. E olha que a Amazônia é logo ali.

OPERAÇÃO TARTARUGA
O Ano da Copa das Copas começou mal em Brasília. Nada menos de 75 pessoas foram assassinadas no Distrito Federal. Pelo menos duas pessoas por dia são mortas na Capital da República, uma epidemia de homicídios impunes que atinge a aterradora média de 18 vítimas por semana. Para o inepto governador Agnelo Queiroz, a escalada do terror é consequência da operação tartaruga dos policiais militares do DF que querem aumento salarial e não levam. Para o inerte governador essa operação tartaruga é Ninja.

LIVRE MANIFESTAÇÃO
Sabe para o que é mesmo que a operação tartaruga dos policiais de Brasília se presta? Para a população se mobilizar e sair às ruas mostrando sua indignação contra os descalabros do governo Agnelo, os péssimos serviços de saúde, educação, transporte, segurança, contra a corrupção e a desigualdade social. Nunca antes na história desse país, houve tamanha oportunidade de mostrar indignação sem levar uma cacetada.

CAIXA-3
Se o petismo aparente consegue, em uma semana, formar um Caixa-3 e angariar fundos para pagar as contas de malfeitores corruptos e quadrilheiros que estão curtindo cadeia, imagine só o que não conseguirá fazer nesta campanha eleitoral com os que ainda não são presidiários... Esse é o Brasil da Silva que a gente vai conhecendo a cada dia que passa.

VAQUINHA TUCANA
A vaquinha digital de Zé Dirceu que deve pagar uma multa de mais de R$ 1 milhão já começa bem: de saída conta com a doação de R$ 600 mil de Delúbio Soares. A grana mais ou menos contabilizada apareceu na última semana assim de repente, não mais que de repente. Do jeito que a gandaia vai, assim que Barbosa mandar João Paulo Cunha pra cadeia nesta segunda-feira, grana é que não faltará para livrar a cara do malfeitor mensaleiro. Só quero ver quem vai pagar a multa de Roberto Jefferson, quando ele finalmente for em cana. Talvez seja a oportunidade do PSDB dar o troco aos doadores do PT.

COICE E TAPA NA CARA
Não dá para entender como é que a sociedade brasileira aguenta levar tapa na cara e não reagir à altura. Esses baldes de dinheiro suspeito que estão sendo despejados nos currais digitais das vaquinhas mensaleiras valem como um coice na população. Uma patada naqueles que trabalham e pagam a mais alta carga de impostos do mundo, para receber serviços públicos essenciais e não para assistir estupefatos à zombaria achincalhante de pagar a conta de corruptos e malfeitores contumazes.