NOTÍCIA É A VERSÃO QUE ESTÁ NAS ENTRELINHAS

terça-feira, 21 de maio de 2013

Subindo e descendo a rampa

 Madame acostumada ao vaivem da rampa...
Está no site do Ministério Público em São Paulo: a Casa Civil da Presidência da República lhe negou acesso às informações sobre o processo de sindicância instaurada para "apurar eventuais ilícitos funcionais por parte da servidora Rosemary Novoa de Noronha". 
Rose é a anti-heroína da Operação Porto Seguro, que escancarou mais um esquema de favorecimento em órgãos públicos. Órgãos públicos e notórios.
Conforme o Ministério Público, "por meio de ofício enviado no dia 24 de abril último ao chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira havia requisitado cópia integral do processo administrativo, em versão impressa e/ou digitalizada, para fins de instrução de Inquérito Civil Público que trata da eventual participação da ex-chefe do Gabinete Regional da Presidência da República em São Paulo nos fatos descobertos na Operação Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal".
A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil negou o pedido de informações e alegou que "o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República não tem competência para prestar a informação requisitada".
O Ministério Público, no entanto, chapuletou no seu site que, de acordo com o artigo 143 da Lei 8.112/90, "a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar".
O artigo 154 da mesma lei reza que "na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar". 
Diante do desdém "absurdo e desumano" com que foi tratado, o Ministério Público subiu nas tamancas e estampou nas vidraças da Casa Civil o aviso: "Em face da recusa no acesso às informações, o MPF tomará as providências cabíveis, sendo certo que a mesma constitui um sério obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos praticados por Rosemary".
E diz ainda a nota virtual: "O procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira, encarregado do caso,  acredita que as informações contidas na sindicância podem contribuir com as investigações do Ministério Público e auxiliar na elucidação de algumas questões".
Entenda "algumas questões" como coisinhas simples tipo assim uma rufiã bem agasalhada, com pinta de primeira-dama do governo genérico instalado em São Paulo, sendo flagrada com a boca na botija, entrando numa fria ao pegar um membro grosso do governo para traficar influência e outras trampolinagens.
Mas contenha-se. Controle o entusiasmo. Tudo vai dar em nada. Assim que o caso da madame regra-3 subir a rampa, o máximo que se há de saber é que ela já conhece o caminho das pedras; trata-se de uma rampeira contumaz.