O jogo foi tão assim e tão assado que até o Felipão gostou
Antes de Espanha x Itália, estive assistindo o sérvio Djokovic x o americano Reynolds pelo Torneio de Wimbledom, 3° Grand Slam da temporada.
O seleto público, endinheirado, de olhos azuis e cabelos loiros era, igualziho, sem tirar nem pôr, ao público que a gente está vendo encher os a meia dúzia de novos estádios que a Fifa mandou o governo brasileiro construir por aqui.
Lá em Wimbledom, como tem se visto por aqui, não há um só desdentado, um único descamisado, nenhum pé descalço na plateia.
O tênis, em Londres, como o futebol aqui no Brasil, é esporte para as elites, esporte pra rico. Gente pobre e remediada assiste em casa, comendo pipoca e bebericando umas que outras, tudo comprado no super e no "crédito" com cartão que já é quase mês que vem.
Pronto, postei-me na minha sala de TV para assistir à semifinal Espanha x Itália. Quero só ver qual desses dois times vai caçar o Neymar em campo no domingo.
Quem diria que torcida de futebol no Brasil transcenderia perfume de gardênia e distribuiria sorrisos de todos os dentes? Quem diria que, no meio da galera, não se veria um único e tradicional vendedor de amendoím? Quem diria?!? A Fifa, madre superiora e soberana do jogo de bola no mundo, diria! Como disse que assim fosse feito... Ou então, nada feito!
Então tá, vamos ao jogo. Até por quê o sérvio Djokovic já triturou o americano com uma trigina a bizuca. Vamos ao futebol.
Pronto, acho até que vi o Pirlo na hora do Hino cantando um trecho do Il sole e mio. Foi só impressão. O jogo foi tão assim e tão assado que até o Felipão deve ter gostado.
Se a Itália lamenta a ausência de Balotelli, a Espanha sofre o desfalque de seu melhor craque, o Lionel Messi. O que há de bom nisso aí é que nós, os que pagamos uma nota pelo aparelho de TV e os ricos que estão no Castelão, em Fortaleza - podemos botar a culpa na Argh!entina. Mais uma vez, ora essa.
Pronto, terminou o primeiro tempo. Vem aí, para gaúdio de Argh!nelo Queiroz, o Segundo Tempo.
E veio. E pronto, terminou. E foi um baita zero a zero. E, afinal, as penalçidades máximas. Como se espanhóis e italianos merecessem mais penalidade ainda.
Casillas e Buffon, de tanta bola que levaram na trave durante o tempo regulamentar e a prorrogação, foram disputar o título de mais, digamos como diriam nossos ancestrais, de mais leiteiro da Copa-Cozinha.
A Itália adora perder título nas penalidades. Ei, o Loco Abreu bateu o pênalti para a Itália!!! Cavadinha no Casillas! Mas o Xavi empatou. E o resto é o resto. Afora a Shakira é claro que cobrou a penalidade junto com Piquet.
A primeira série terminou empatada: 5 x 5. Ninguém erra nesses times. O Brasilk que não se meta a decidir nada nos pênaltis com eles.
Estava tudo muito igual. Parecia que a coisa só terminaria amanhã de manhã. Aí, Bonucci fez a diferença. Bateu bem do jeito que a Itália gosta de perder um bom título.
Agora sim, o Felipão gostou de verdade. Os caras se desmilinguiram numa prorrogação de meia hora e na cobrança dos pênaltis. O selecionado dos cartolas da CBF vai pegar um bagaço pela frente, domingo lá no Maracanovo.
Vai ver até que o Brasil já nem precisa mais dessas mobilizações de rua e que Lula pode voltar que é tudo que a gente quer: um pé frio na Copa do Mundo do ano que vem.