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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Enfim, habemus papam!

 Habemus Francisco!

Francisco, por onde passa, deixa uma esteira notável; deixa o sinal de que o povo - muito mais que os mandantes e comandantes do seu país - tem o temido poder de ocupar as ruas em busca do seu destino, de sua boa fortuna, sua sorte, seu lugar ideal de ir e vir e de viver. É dessa força que pode ser redescoberta uma nação séria e honesta que se chame Brasil. É daí que pode surgir uma pátria livre de corruptos, de mensaleiros e de todos aqueles que se apropriam indebitamente do país.

O papa não deu a mínima para a ineficácia do cerimonial e da segurança brasileira. Confiou apenas na gendarmeria do Vaticano, uma tropa de pacificação desarmada.

Saiu às ruas, botou fé na sua Igreja. Não se deixou blindar. Distante da politicalha parou o papamóvel e beijou crianças; tantas beijou que desceu do carro e foi ao encontro dos idosos que se apinhavam pelos cordões do passeio - próprios para os velhos Carnavais, jamais para ele, Francisco. E beijou e cumprimentou e afagou idosos; mais que isso desceu da pompa para reverenciar a geração de circunstâncias mais experientes.

O valor de cada beijo, cada benção, em cada criança, em cada jovem, em cada idoso é uma lição de humildade. É assim que Francisco vai levar franciscanamente a sua Igreja às ruas não só do Brasil, mas às ruas e às grandes avenidas e as periferias do mundo inteiro.

Esse gesto permanente e espontâneo tem a força da bondade, da esperada justiça e das igualdades sociais; a isso não tem poder humano que seja capaz de superar, nem de ser mais forte.

Esse papa vai incomodar o mundo; é bem provável até que possa acomodar o mundo.