CONTADORES DA HISTÓRIA OFICIAL,
OS FORMADORES DE OPINIÃO
É mais que desalentador, repugnante ver como a palavra oficial é a grande e definitiva formadora de opinião no jornalismo desse Brasil da Silva.
O contador da História Oficial nesse país é o ponto final em qualquer assunto.
De sexo dos anjos a futebol de marmanjos; de política a grandes cambalachos.
Acabo de assistir a uma sessão de baba-ovo revoltante no programa Jogo Aberto, da TV Bandeirantes, emissora que já não sabe mais onde enfiar tantos ex-atletas como comentaristas esportivos.
A "entrevista" foi com ninguém mais nem menos, do que com o ínclito Zé Maria Marin, presidente da honorável CBF, sócia minoritária da Fifa para efeitos de competições pra valer.
Disse o que bem quis dizer, para uma plateia de entrevistadores com diploma de ex-jogadores de futebol, afagando seus egos e não respondendo a nenhuma pergunta. E formou opinião.
Os nobres dublês de repórteres estão hoje que não cabem em si de contentes. Tiveram a honra de receber a vista de um dono da verdade.
E, desculpem o refluxo, dono também da chave auxiliar da parceria com a Fifa que abre os cofres que contribuem para fechar as cotas milionárias de patrocínio da cobertura dessa Copa das Copas.
Os ex-jogadores Djalminha, Denilson - travestidos de recepcionistas televisivos - e a apresentadora Patrícia que bate uma bolinha na tela com Renata, a "nariz de cera" loira bonita da Band, não sabem o que fazer para agradecer tão enlevada dádiva caída do céu, como a presença de Zé Maria Marin, o Embolsador de Medalhas de Ouro.
Azar do brasileiro que assistiu e teve que engolir a isso tudo e ainda tem que almoçar antes de voltar para o segundo turno de trabalho. De minha parte, confesso: estou farto.