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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ostracismo de dar dó

Nada mais tem aquele jeito de la vie en rose...

Sabe essa cara chorococa que o mestre dos mares vem ostentando ultimamente, com aquele bigode, menos para Sarney do que para aquela máscara do Anonymus que agita as redes sociais?

É que há sempre um certo ar de inocência desprotegida que se apodera da face dos convalescentes políticos, quando suas paixões estão inativas.

Você acha, por exemplo - só por exemplo - que é pouco alguém deixar de ser presidente de uma República, para ser presidente de honra de uma falange partidária, ou um mero consultor bem-sucedido de quizumbas governamentais?

É duro aguentar a dor de uma saudade quando nada mais tem aquele jeito de la vie en rose, imagine então suportar a distância que separa um imperador do seu império.

Isso tira o ânimo até mesmo daqueles que já estão sentados em cima da arca do tesouro; dá vontade de não xeretar mais nada, de não meter o bedelho em tudo como sempre metia, nem na saúde, nem na educação, nem na segurança pública, em nada mais; tudo parece que nada mais está "à beira da perfeição" como antes... Nos últimos dias, diante de tantos fatos que sempre foram de seu fácil domínio, parece até que nem o coração palpita.

Essa coisas acontecem com o delegado que se aposenta; com o craque de futebol que pendura as chuteiras; com a estrela de cinema que envelhece; com a miss suéter que descobre a celulite; com o político que não se candidata...

Por mais que a plebe ignara reverencie seu antigo ídolo, se ele estiver sem o andor não terá a firmeza de ter os pés no chão, ainda que ande pelas beiradas de um Porto Seguro.

Esse tipo de abandono, de exílio, de degredo voluntário, de ostracismo interior é de dar dó. Pior, bem pior. É de dar um nó na garganta de qualquer um. Mas, para ser bem sincero, é de dar medo na gente.