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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

PREVISÃO
Meu departamento de previsões líquidas e certas para este promissor 2014 me diz que durante o ano inteirinho a Defesa Civil continuará chegando sempre depois da chuva.

VOTO OBRIGATÓRIO
O prolixo, mas douto Marco Aurélio Mello está presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Uma vitrine tão fulgurante, num ano de eleições majoritárias, quanto a presidência do Supremo Tribunal Federal, em qualquer tempo, posto que se trata da mais alta corte de Justiça do País.

Como papo assim de fim de ano e pra começo de temporada eleitoral, Marco Aurélio puxou assunto sobre a ciência e a arte compulsórias de votar no Brasil da Silva: "Já demonstrei apoio à extensão do voto facultativo a todos os eleitores".

Mas nem tudo é como a gente quer. E foi então que ele logo emendou: "Reconheço que, para tanto, o Brasil precisa de maturação educacional, cívica e social". E depois dessa, Marco Aurélio sentenciou com serena soberania: "A Justiça Eleitoral punirá candidatos que abusem do poder econômico".

Ah bom. Pelo visto o Superior Tribunal Eleitoral vai fazer o que até aqui não tem sido feito.

CAINDO DE MADURO
Ei, você tem ido à Venezuela nesses últimos tempos? Que tal, gostou? Então você viu como não tem mesmo papel higiênico por lá. E não tem comida nas gôndolas dos supermercados. Duvido que você tenha achado uma latinha de leite condensado marca Moça pra contar história. E viu também que seus dólares que valem 65 bolívares cada um não conseguem comprar uma peça de vestuário decente, porque as de grife estão pela hora da morte. E, sem rir, mal posso imaginar a sua cara de espanto quando chegou aqui de volta e trocou no câmbio oficial dois "tijolos" de moeda venezuelana, coisa de 10 mil bolívares, por lépidos e faceiros 420 reais. Agora, sim, você se convenceu, o Brasil da Silva não pode ter a cara de Hugo Chávez que o governo brasileiro anda tramando. Isso tá caindo de Maduro.

HENFIL ATUALÍSSIMO
Nesta fragorosa entrada de 2014 relembro pra você o post scriptum de uma daquelas cartas que Henfil enviava para a mãe dele em plena ditadura militar: "Oi mãe! Tira da Poupança e aplica na inflação".

O MEDO
O grande medo dos coordenadores das campanhas de candidatos governistas nessa temporada de caça às doações para os partidos políticos é que o comércio e a indústria - irritados até à medula com as agruras que o desgoverno vem causando - se acomodem nas patinhas de trás e não pinguem nada no Caixa-2. A esperança que pode vencer o medo vai se concentrar nos bancos, nos prestadores de serviço e nas empreiteiras, boas e velhas companheiras de sempre.

TUDO QUE NÃO É ESPELHO
Narciso acha feio tudo que não é espelho. Boa parte do eleitorado paulistano vai ter que se contentar em votar em Paulo Skaff, para governador. 


Nada contra a candidatura do presidente da Fiesp, mas o diabo é ter que aturar a cara de Skaff esse tempo todo na TV. Ele consegue ser mais feio que o Nicolas Sarkozy.