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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CALABAR, O VELHO TRAIDOR

É comovente como o Brasil tem heróis de sobra na sua gloriosa História. São tantas emoções e tamanhas as suas façanhas, ou tão eficazes suas assessorias de imprensa que a gente pode escolher dentre os maiores paladinos da honra e da justiça, dentre os defensores de fracos e oprimidos, umas duas ou três mulheres: Anita Garibaldi, Ana Néri, Maria Quitéria, a Mãe do Badanha...

Tudo depende de quem conta ou de quem escuta a História. São tantas emoções e tamanhas as suas façanhas, ou eficazes suas assessorias de imprensa que se pode ficar escolhendo figuraças tipo assim Ayrton Senna, Cândido Rondon, Chico Mendes, Frei Caneca, Getúlio Vargas, Zé Bonifácio - um negro! Que apareceu bem antes de Pelé e de Joaquim Barbosa! - Luiz Alves de Lima e Silva, Tiradentes, Pedro I (não, Pedro Bial, não!), Santos Dumont, Sepé Tiaraju, Tancredo Neves, Vital Brazil, Zumbi dos Palmares....

Sei lá, são tantas emoções e tamanhas as suas façanhas que a gente nem sabe o que você pensa de Zé Sarney, Fernandinho Beira-Collor, Renan Calheiros, Erenice Guerra, Zé Dirceu, Rosemary Noronha, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e da primeira-mulher-president@ do Brasil, Dilma Vana.

Eu, cá com os meus botões, acho uma injustiça não aparecer dentre as heroínas da pátria o nome de dona Maria Letícia. Afinal, o que essa mulher aguentou e aguenta calada, não está nem na Bíblia, quanto mais nos anais das biografias mais valentes e notórias da nossa República.

Também não importa; tudo sempre dependerá de quem conta a História Oificial e de quem está na arapongagem explícita e oportunista.

O que é preciso que se diga e se conte é que, desde que Pedro Álvares Cabral saiu atrás das Indias e encontrou por acaso as nossas índias prontas para ajoelhar e rezar numa inesquecível e desnuda Primeira Missa que a História do Brasil só tem um traidor: Domingos Fernandes Calabar.

O Calabar velho de guerra. Um senhor de engenho, naquelas priscas eras com absoluto domínio dos fatos na capitania de Pernambuco. Contam sempre como líquido e certo que Calabar se aliou aos holandeses quando eles invadiram as terras brasileiras. Há controvérsias.

Dependendo de quem conta a História Oficial e de quem está com o olho no padre e outro na missa e sempre com um pé atrás, Domingos Fernandes Calabar se juntou aos holandeses, sim. Mas, na verdade, juntou-se porque acreditava piamente que, sem o domínio absoluto dos portugueses, a pátria seria livre. Para Calabar então, era melhor ver a pátria livre, ou morrer pelo Brasil.

Assim é que História é coisa que se conta do jeito que se quer e se escuta do jeito que gosta. Experimente contar amanhã, do seu jeito e maneira, a História do Brasil da Silva que cometem hoje contra você! O PT e suas siglas satélites chamarão você de Roberto Jefferson, sem dó nem piedade.