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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Importação de governantes

Padilha, ministro da Saúde de Dilma traz legiões de médicos de todas as pátrias, todos eles beneméritos a mais não poder, tanto que deixaram seus países - onde, decerto, a saúde pública não precisa de seus cuidados e nem de sua bondade extrema - para se dedicarem de corpo, alma, coração e vida aos brasileiros cuja saúde, segundo mestre Lula, está "à beira da perfeição".

Sei lá, mas até hoje acho que Lula quis dizer mesmo é que a doença pública no Brasil está à beira da perfeição. Mas, nem é este o caso. Essa gente boa e especializada deve ser bem-vinda porque, com certeza, está faltando médico mesmo no Brasil, não só nos grandes centros urbanos, como nos mais recônditos cafundós onde a fauna e a flora sejam brasileiras...

Mas nem é só dessas peripécias que o Brasil vive sua grande aventura. O mexe-mexe e o escarcéu provocados por Padilha - que não vai pra casa - abduziram o Brasil Fora de Controle.

Ontem, bandidos mataram, por matar, uma estudante de 29 anos que fazia pós-graduação em São Paulo; uma obra desabou e matou pelo menos oito pessoas, feriu 24 e duas ainda estão soterradas, numa espécie de arremedo do que aconteceu com a Boate Kiss, em Santa Maria, porque se tratava de uma construção irregular. Certamente, os bombeitros serão processados.

No Rio de Janeiro, professores saíram aos bofetões e trocaram gases e bombas de efeito moral, diante da casa de Cabral, o Rei dos Guardanapos.

Quem não morre de sede no Norte e Nordeste, morre de frio e afogado no Sul do país. O dólar sobe, as taxas de juro também; ops cartolas continuam enfiando a mão na Copa, como preconiza o próprio logotipo do Mundial do ano que vem.

O Congresso Nacional está nas mãos de Renan Calheiros; Zé Sarney escapa de bater as botas lá no Sírio-Libanês - aí se desculpa, pois o cara além de imortal, não tem culpa de que os médicos cubanos ainda não tivessem desembarcado por aqui. O trânsito continua matando em todas as capitais.

Os mensaleiros estã à beira de um novo julgamento, num processo avançado em que o Supremo Tribunal Federal será o Grande réu e o único verdadeiramente condenado.

Quer dizer, enquanto o factóide do Mais Médicos, toma conta do país, a nação nem se dá conta de que continua sem segurança pública, cercada de corrupção, refém de licitações fraudadas, usando um transporte urbano da pior qualidade, sustentando o Estado, pagando a conta de consultores e lobistas, vivendo sem justiça e num regime de plenas desigualdades sociais.

Hoje o Brasil está atingindo a marca recorde de R$ 1 trilhão em impostos e tributos arrecadados, de 1° de janeiro até aqui e o governo não sabe o que fazer com essa dinheirama toda, a não ser gastar no azeite com o qual lubrifica a máquina pública.

Pelo visto, precisamos importar urgentemente políticos e governantes que trabalhem pelo salário humanitário que os médicos estrangeiros estão cobrando para salvar o Brasil.