De repente, o brasileiro só pensa naquilo: menoridade penal. Menos o Congresso Nacional é claro, que faz cara de paisagem. Há uma grande capa de hipocrisia nisso tudo.
O que falta é a confissão tácita de mais uma flagrante incompetência, de mais um criminoso descaso do governo - em todas as versões - com relação à triste e cruel realidade do sistema carcerário brasileiro que não regenera ninguém - sequer vai ressocializar Dirceus e Genoínos.
O que falta é o governo assumir a culpa pela desigualdade social que leva ao assalto à mão armada e à violência urbana; o que falta é o governo admitir que perdeu o controle total da educação e formação do seu povo; o que falta é o governo ter a dignidade de revelar sua ineficácia, seus despreparo quanto a garantir segurança pública à nação.
Estrinicar a idade penal de 18 para 16 anos é tão inútil quanto amarrar cachorro com linguiça, como já se sabia lá pelos idos do século 14.
É bom, até que o Parlamento não se meta nisso, eis que reduzindo muito a idade, a maioria esmagadores deles nem chegaria a se candidatar a nada na vida, muito menos a legisladores. Pensando bem, é bom até que deputados e senadores se metam sim; só por causa disso mesmo.
Deixando de lado o cinismo e o descaso proposital e bandido do governo, já é hora de arregaçar as mangas para cuidar dessa coisa da criminalidade juvenil a serviço do crime adulto e dos instintos bestiais.
E então, enquanto se comece a tratar de organizar os presídios, a educação, a formação e a igualdade social, estabeleça-se, desde já, punição igual para crimes de igual natureza e gravidade, tenha lá a idade que tenha o criminoso, a besta que não sabe e não pode viver em sociedade.