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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Vamos combinar que fica tudo por combinar

Vamos combinar. Quando, em 1985, Tancredo Neves - o melhor presidente que o Brasil jamais teve - subiu a rampa num esquife e deixou a Presidência da República para Zé Sarney, a redemocratização do País virou uma grande ação entre amigos.

Ali, Sarney começou a rifar o Brasil. E durante cinco anos fez tudo sozinho, pois nem vice-presidente ele teve. Foi ali que começou o plano sórdido de acabar com a ditadura para construir uma ditabranda para ele e seus ilustres sucessores.

Veio FHC e o que era para ser cinco anos de mandato virou oito de regabofe. O segundo tempo de Fernando Henrique foi tão ruim que ele deu vez ao Caçador de Marajás, Fernandinho Beira-Collor que meteu logo um desfalque no Brasil que foi abafado pelos extertores de PC Farias, o seu insepulto caixa-forte.

Ao sair pela porta dos fundos do Palácio do Planalto, Beira-Collor deixou a porta da frente aberta para Itamar Franco que, não fez mais do que tomar cafezinho com pão de queijo o tempo todo. Afora, coisinhas simples como criar o Real e ressuscitar o Fusca.

Tão estranho ficou o Brasil daqueles tempo que, saltando os muros das fábricas do ABC paulista, surgiu impávido e colosso o Rei dos Metalúrgicos, ninguém mais nem menos do que Lula da Silva, autodenominado Metamorfose Ambulante que, como ponto alto de um plano de poder, ao invés de um programa de governo, deixou de herança a famigerada "estratégia de coalizão pela governabilidade".

Em oito anos de poder Lula inculcou na alma e na consciência dos brasileiros, a filosofia da esperteza. Tudo passou a ser uma questão de preço. Estava estabelecidaa ditadura da moeda sub-reptícia; a moda do "quanto é que custa a sua amizade?", a velha e conhecida propina que alimentou e alimenta os mensaleiros de então e os de agora, mais firmes e fortes do que nunca.

E foi assim que Dilma Vana, criatura de Lula, recebeu o Brasil da Silva, descoberto por seu criador. A redemocratização se consolidou com o pleno exercício do poder de compra e venda do Executivo sobre os demais poderes constituídos.

E esta é a democracia que vigora no Brasil. O Executivo, o Judiciário e o Legislativo mostram a cada dia, a cada ato e a cada fato que a nesse Brasil da Silva a democracia é a arte de fazer o povo acreditar que é o povo que está no governo. E ficamos assim...

Os redemocratizadores têm tudo sob absoluto controle: educação, saúde, segurança, transporte, moradia, inflação, igualdade social, justiça, corrupção. E que controle!

E, em assim sendo, vamos combinar. Vamos combinar que fica tudo por combinar. Uma coisa é certa: essa democracia deles é a que melhor se ajusta aos governantes que fazem do velho Brasil de Pedro Álvares Cabral, um país ingovernável.