Como corrupto no Brasil da Silva é coisa que dá em penca, o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal mandou mais quatro bananas podres para a cadeia.
Estão grudados no cacho mais recente: Valdemar Costa Neto (PR-SP), o ex-deputado do PL (atual PR) Bispo
Rodrigues, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) e o ex-dirigente do Banco
Rural Vinícius Samarane; dos quatro, apenas Samarane ficará preso em
regime fechado por ter recebido pena maior de oito anos. É que ele é menos igual que os iguais.
E enquanto isso, na Papuda, o presunçoso Zé Dirceu que, de nariz chimbé ainda não sentiu cair a ficha, mandou avisar aos homens da lei que desistiu do emprego de gerente-administrativo da lavanderia Saint Peter. Não quer mais. Não precisa de um salariozinho de R$ 20 mil mensais, afinal agora tem casa, comida uniforme e sandálias de borracha de graça.
Aí entra em cena o advogado do mensaleiro condenado, Zé Luis Oliveira Lima que, em pungente nota diz que seu cliente "abriu mão da oferta de emprego" do hotel Saint Peter, de Brasília. E explica que "trata-se de uma decisão tomada com o objetivo de diminuir o sofrimento dos empresários que lhe fizeram a oferta e das centenas de funcionários que trabalham no grupo".
O advogado diz que houve um verdadeiro linchamento público depois de vir à tona o fato de que a empresa tinha como sócio um 'laranja'. Oliveira Lima, sincero e puro questiona: "Por que 400 pessoas podem trabalhar no hotel e o ex-ministro não?".
Ora bolas, carambolas! Fácil. Porque as tais 400 pessoas são trabalhadoras de verdade; cumprem horário, dão duro, ganham pouco, usam sandálias da humildade. O ex-ministro - o seu advogado esquece - é um presidiário condenado pelo Poder Judiciário da democracia vigente por corrupção e formação de quadrilha. Talvez seja só por isso que o aferrolhado mensaleiro não possa trabalhar no meio de pessoas comuns.
Por enquanto, deve bastar a Dirceu para sobreviver por um bom tempo, o auxílio-reclusão de R$ 915, quase um terço maior que o salário mínimo de um trabalhador de verdade.
Seus defensores devem estar analisando a possibilidade de entrar na próxima semana com um pedido de bolsa-desemprego, coisa de R$ 365. Não é nada, não é nada, ele tem o direito de procurar seus direitos. Por incrível que pareça, Dirceu tem mãe viva e pensa que é filho de Deus.
RODAPÉ - Dirceu já deveria ter procurado para defendê-lo, o primus inter pares dos advogados das causas perdidas, aquele que conseguiu livrar a cara de Cesare Battisti, o impoluto e peremptório Tarso Genro. O diabo é que os dois nunca se bicaram. Um foi antipático e turrão com 50% dos militantes petistas, o outro foi o mesmo desastre com a outra metade do partido.