ATÉ TU, OAB?!?

A decisão de Joaquim Barbosa, aplicando a letra fria da lei que exige bom comportamento do presidiário e que ele cumpra pelo menos 1/6 da pena a que foi condenado, causou furor entre os advogados de alto coturno que amam de paixão a tese "da mais ampla defesa" para qualquer tipo de delito.

Qualquer tipo mesmo - do descuido dentro de um ônibus a uma boa mensalidade na Casa Civil; de um leve achaque num balcão de butique a uma autorização de compra e venda de refinarias na Petrobrás.

O que eles, os advogados bem providos querem é apelar, procrastinar, empurrar com a barriga mil vezes, se mil vezes puderem empurrar.

O advogado Wadih Damous, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, virou comentarista de decisões da mais alta corte de Justiça do País e disse neste fim de semana que "Joaquim Barbosa tomou uma decisão que não se sustenta".

Não se deu por satisfeito e, sem medo de ser feliz, disse que "ele (Barbosa) cometeu a barbaridade de tentar desqualificar um condenado, que é advogado, e o escritório de advocacia que o convidou para trabalhar, quando falou em ação entre amigos". Epa, Opa!

E a barbaridade que a OAB comete ao fingir que não sabe que tem nos seus quadros, como colega de ilustres e honoráveis defensores do Direito e da Justiça, um reles e ativo corrupto e quadrilheiro, condenado e preso pelo Supremo Tribunal Federal. Peraê, ô! Quem tem medo de cassar a carteirinha da Ordem do bolso de um malfeitor encanado?!?

Sabe quê mais?... A OAB deixa a nítida impressão de que está sendo governizada; parece que um dos últimos organismos de verdadeira defesa da cidadania já está terceirizado. Era só que faltava nesse Brasil da Silva, a OAB ser a Petrobrás da advocacia nacional.

É a punhalada nas costas que o brasileiro de boa índole acaba de levar. Até tu, OAB?!?