NOTÍCIA É A VERSÃO QUE ESTÁ NAS ENTRELINHAS

sábado, 10 de maio de 2014

E porque hoje é sábado, há uma profunda discordância... Então vamos lá.

A INFLAÇÃO DO GOVERNO
E A QUE SENTIMOS NA PELE

Dilma Vana diz e manda Guido Mantega dizer que a inflação está sob controle e garante que a coisa anda em torno de seis e pouco por cento ao ano.

E os comentaristas econômicos, grande claque governista do jornalismo cotidiano, repetem o bafo do dragão com plena convicção.

Dilma, Mantega e esses colunistas econômicos me deixam com a sensação de que sou mais um dos 200 milhões de brasileiros idiotas que fazem das tripas coração para pagar as contas no fim do mês e botar comida na mesa todo santo dia.

Somos todos, eu e vocês, uns imbecis pagadores dos maiores impostos do mundo que o governo não nos devolve em qualidade de vida e muito menos em serviços essenciais - moradia, alimentação, educação, saúde, transporte, lazer, vestuário, higiene, previdência social, segurança.

Senão, vejamos: há coisa de seis anos, eu não quis comprar, aqui no condomínio onde moro, a casa ao lado da minha por R$ 145 mil; hoje, só o terreno custa mais de R$ 280 mil. Não diga que é bem feito pra mim, porque minha aposentadoria que era de dez salários mínimos, hoje não passa de quatro.

Eu comprava no ano passado um litro de leite desnatado por R$ 1,97 e hoje o mesmo leite, no mesmo supermercado está por módicos R$ 2,98. Você acha que devo mudar de marca, ou só tomar café preto?

A consulta no endocrinologista, no glorioso ano de 2013 estava por R$ 100 batidinhos na mão da secretária; hoje eu consigo a mesma consulta por R$ 220. E já vou dizendo, não acho que um endócrino cubano seja a solução.

Sabe aquele curso de educação a distância que custava R$ 245 mensais? Pois agora o mesmo curso e na mesma distância fica por bem encaixados R$ 397. O que você faz: paga e não bufa, ou bufa porque vai ter que parar?

E o transporte, vai bem? Não aumentou a passagem? Ah, você só não está pegando mais o ônibus porque já perdeu o emprego e tem medo de ser incendiado numa hora dessas em que pega um coletivo para sair à cata de serviço.

A camisa meia-boca social que você comprou por R$ 98 para ir ao casamento da vizinha em dezembro de 2012, véspera do Ano Novo de 2013, hoje vai lhe custar nada menos do que R$ 215 na mesma loja que aceita o seu velho pré-datado.

Ah, e o papel higiênico que as pessoas que não são da Venezuela usam e abusam de tanto comprar? Aqueles pacotões de oferta que custavam R$ 10,99 na promoção do dia, estão agora por R$ 17,55 na mesma gôndola que você tanto conhece... E aí, você vai comprar ou desistir? Uma boa ideia é parar de comer. Quem não come, não precisa de papel...

E então é assim. A inflação é de seis vírgula pouco. E o governo é  assim, porque o poder é a essência da sua natureza. A inflação do governo é a que ele quer; a nossa inflação é a que a gente não pode querer nem ter.

O governo abocanha os trilhões de reais que arrecada ano após ano e gasta tudo em comprar siglas partidárias, cooptar aliados, dar-lhes ministérios, cargos públicos, salários nababescos, além de pagar o preço da corrupção e da chantagem que fazem o governante virar refém vitalício dessa promiscuidade que impera no Brasil da Silva.

Em um regime honesto, de políticos e governantes sérios, a corrupção e a sede e a fome de poder não fariam o governo gastar mal e perdulariamente os trilhões de reais que tiram do povo, que tiram da gente ano após ano para produzir o que mais o governo sabe esconder: a inflação que fabrica e revigora a desigualdade social.

Hoje no Brasil somos nós e eles. E eles estão ganhando. Uma coisa é a inflação do governo, outra é a que sentimos na pele. Nunca antes na história desse país o poder desmedido foi tão inflacionado.