Arrastão às avessas
Cerca de 150 promotores de Justiça e mais de 1.300 policiais federais promoveram nesta terça-feira, em 12 estados da Federação, um arrastão às avessas, prendendo e arrebentando corruptos que não souberam fazer direito a lição de casa.
Só no Rio Grande do Norte foram presos 11 suspeitos de participar de um esquema de corrupção que desviou R$ 13 milhões com a contratação fraudulenta de shows musicais, entre 2008 e 2012.
Batizada de Máscara Negra pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, a operação aconteceu nas cidades de Macau, a 180 km de Natal e Guamaré, mais ou menos no fim do mundo.
Segundo a Promotoria, o carnaval de rombo público e notório foi feito com 90% de valores recebidos em royalties do petróleo e mais de 70% do recebido do Fundo de Participação dos Municípios.
O arrastão é uma espécie de micareta e a farra é tanta que falta espaço para contar a metade. Há ainda 78 mandados de prisão e quase 400 ordens de busca e apreensão. E assim é que, a qualquer momento, a gente vai ficar sabendo que o bloco dos sujos cada vez aumenta mais.
É que a gente sempre diz: o mensalão foi um cordão pé de chinelo que não soube dançar conforme a música e acabou desafinando. A banda dos trinta dinheiros que tem Zé Dirceu como porta-estandarte recém agora está chegando aos pés do mestre sala que, por sua vez, já abandonou a porta-bandeira verde-amarela e Rose.
Só falta agora, o ministro da Justiça, Zé Eduardo Cardozo, vestir a fantasia de Thomaz Bastos e dizer - como Bastos dizia depois que tudo acontecia - que estava sabendo de tudo e que "conosco os corruptos aparecem, porque este é um governo que não rouba, nem deixa roubar".