Foto: Mike Ronchi
O Congresso Nacional - junção da Câmara e Senado - é um dos três grandes pilares da democracia - os outros são o governo que atende pelo codinome de Executivo e o Judiciário que aplica as leis da nossa vida.
É assim e estamos conversados. Não faz mal nenhum - a gente já está acostumado - que esses núcleos de dominação social não sejam nem sombra da estrutra digna de respeito que uma nação merece. O diabo é que o povo sabe disso, mas no dia a dia já se acostumou a dormir com o inimigo.
Já nem se importam mais os crentes homens de boa paz e de melhor boa vontade que esses dominadores simpáticos, bem falantes, bem vestidos e bem remunerados lhes pareçam grandes; é que estão todos de joelhos. De colunas vertebrais em curvas cada vez mais agudas, rumo aos lava-pés e beija-mãos.
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Uma das últimas pesquisas "científicas" do Ibope, para quem acredita no instituo da ciência, revela dados alarmantes que, no entanto, descem pela garganta popular abaixo como se fosse um saboroso bocado de gelatina, escorregadio e inofensivo à uma boa digestão.
De acordo com o levantamento feito em dezembro pelo credibilíssimo Ibope - a menos de cinco meses, pois - o Congresso Nacional só perde em falta de credibilidade para os partidos políticos, ferramenta que fabrica e produz a montagem da Casa do Povo. Os partidos tem apenas 21% de confiança do povo e o Congresso alcança notáveis 23% de credibilidade. O Judiciário conta com 30% dessa escassa admiração e o governo federal dá um banho e fica com 41%.
É assim e pronto. É assim há quase cinco meses. É assim que tudo parece muito bem, tudo parece muito bom. Isso quer dizer que o brasileiro já se acostumou a conviver com partidos políticos que a cada 10 atitudes que tomam, só duas são confiáveis.
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Isso quer dizer que quando você se deparar com um bolo de 100 deputados e senadores reunidos, só 23 deles merecem confiança, os outros 77 não valem nada. Isso vale para os doutos do Judiciário: pelo instituto, de cada dez só três valem o que comem.Quanto ao governo - que bom! - acerta 41 vezes quando age e erra nas outras 59 oportunidades. Com essa chance, você sairia da sua trincheira numa guerra?!? Pior de tudo é que parece que sim. O brasileiro gosta de viver perigosamente.
Para uma nação que tem alma de vassalo parece digno e justo receber as migalhas que lhe sobram do que exigir o essencial, o que lhe faz falta. É disso que se alimentam os senhores de anéis, de ternos impecáveis e colarinhos brancos.
Eles sugam o orgulho de um povo, cuja voz quando chega às ruas, é rouca e não comove os donos dos organismos de defesa da cidadania, redutos que hoje apenas disfarçam a chamada redemocracia.