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sábado, 15 de março de 2014

A DEMOCRACIA DO BRASIL DA SILVA

E porque hoje é sábado, há um padre à paisana e a perspectiva do domingo... Porque hoje é sábado, fala-se um pouco de governo, poder e democracia.

O Brasil da Silva é um país governado por um núcleo detentor do poder, conhecido pelo nome de governo central. Esse governo é o estado-nação.

Trata-se de um poder que hoje tudo pode sobre os que estão sob sua dependência e suas vontades: 5.564 prefeitos, nem sempre por gosto e fascínio, mas à miúde por subordinação econômica; 26 governadores de estados federativos e um do Distrito Federal, todos por submissão partidária, ou por pressão existencial; e 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, comprometidos em seus julgamentos pelo sentimento de gratidão à Presidência da República que soberanamente os indicou para os lugares que ocupam no acidente geográfico mais alto do terreno da Justiça.

Nessa pirâmide sócio-política está o povo. Uma legião de 200 milhões de párias que ainda não se deu conta de que a solidez dos monumentos piramidais está na base. O Brasil da Silva hoje é isso. Tem um governo central e centralizador, dono dos demais Poderes constituídos. Um governo amo e senhor de uma população que fica por baixo, como sustentáculo, como alicerce, mas como escrava e submissa.

O Brasil da Silva montou um governo-grupelho que tem o poder de fazer a leis e ditá-las para todo o país; um poder esperto, agudo, dilacerante, garantido pela submissão de prefeitos, governadores, juízes escolhidos a dedo, tribunais, ministérios, departamentos oficiais, agências reguladoras, centrais sindicais, organizações, institutos, empreiteiras, federações, associações, consultorias, lobbies propineiros, genéricos e similares. E, principalmente, garantido pela perniciosidade do gosto puro pelo poder.

O poder no Brasil da Silva é exercido à moda plutocracia, pelo que seus agora gordos e ricos componentes têm de poder nas mãos que usam para aumentar, dissimuladamente, uma grande, uma enorme desigualdade social, enquanto demonstram uma pequena, uma ridícula mobilidade administrativa.

Esse governo central e centralizador se organizou para exercer o seu poder total sobre a sociedade. É hoje um governo híbrido e forte pela composição do PT com o PMDB; um governo centralizador e dominador que incorpora elementos comuns tanto da direita política quanto da esquerda, mas se considera e se proclama sempre extremamente esquerdista.

Esse governo que vem de Zé Sarney de 1985 para cá, chega a este glorioso ano de 2014 sem nenhum medo de ser feliz quando usa o termo democracia para descrever a si mesmo. A democracia nesse Brasil da Silva foi feita ardilosamente pela pandilha que montou o governo. A democracia no Brasil da Silva é mais que o governo; é do governo.